O Governo venezuelano vai denunciar junto da ONU as violações do espaço aéreo por aeronaves dos Estados Unidos, anunciou hoje o ministro das Relações Exteriores da Venezuela.
Fonte: rtp.pt
“Tal como temos denunciado, a administração [do Presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump confessa e aceita com descaramento que efetivamente viola o espaço de controlo aéreo da Venezuela. Uma gravíssima e criminosa confissão. Não há dúvidas das suas perversas intenções. Elevaremos a denúncia à ONU”, escreveu Jorge Arreaza, na rede social Twitter.
O anúncio do ministro tem lugar depois de a imprensa venezuelana divulgar declarações do almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul dos EUA, a confirmar as preocupações de Washington e dos seus aliados sobre a situação na Venezuela.
Segundo Craig Faller, é por esse motivo os EUA realizam voos profissionais de vigilância, para entender o que acontece na região e que os aviões norte-americanos vão continuar a voar e a operar onde se apliquem normas internacionais, e isso inclui a Venezuela, a América do Sul e o mundo.
O Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (CEOFAN) denunciou, no sábado, que um avião de espionagem norte-americano violou o espaço aéreo venezuelano.
Trata-se, segundo as autoridades venezuelanas, da terceira violação registada em menos de um mês e constitui uma “franca ofensa” contra a Venezuela e o mundo.
“Alerta. Hoje, mais uma vez, os aviões de espionagem dos EUA entraram indevidamente na Região de Informação de Voo (FIR, na sigla em inglês) sob controlo do nosso país, em violação da segurança aeronáutica e dos tratados internacionais”, explicou o CEOFAN no Twitter.
Segundo as autoridades venezuelanas, a aeronave EP-3E dos EUA permaneceu três horas e dez minutos no espaço aéreo do país.
Já em 22 de julho, o ministro de Comunicação e Informação venezuelano, Jorge Rodríguez, tinha denunciado que aviões norte-americanos de espionagem violaram 167 vezes o espaço aéreo venezuelano, desde janeiro último.
Segundo Jorge Rodríguez. 78 dessas violações foram registadas nos últimos três meses.
Por outro lado, o responsável afirmou que o número de violações aumentou desde janeiro último, altura em que o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela.
Em maio último a Venezuela expulsou, das suas águas territoriais, um barco norte-americano que chegou perto de La Guaira (norte de Caracas).