MOTOGP | “Hoje acabou em português!”

Miguel Oliveira conseguiu a segunda vitória da temporada, depois de já ter ganho no GP da Itália. © Getty Images

Miguel Oliveira venceu na República Checa e passou a liderar o Mundial a meio do calendário. “Hoje acabou em português!”, escreveu, antes de falar sobre a sandwich italiana que teve de superar na corrida.

Fonte: observador.pt

Feito histórico para Miguel Oliveira. O português venceu o GP da Rep. Checa com uma fantástica e emocionante corrida e subiu pela primeira vez na carreira à liderança do Campeonato do Mundo.

O quarto lugar de Miguel Oliveira no GP da Alemanha acabou por ter um valor, de forma indireta, quase acima do pódio: por um lado, pela forma como conseguiu galgar posições após largar no 15.º posto e superar um toque logo na segunda volta com Xavi Vierge; por outro, por ter beneficiado das quedas de Mattia Pasini e de Lorenzo Baldassari, além da saída de pista de Francesco Bagnaia, para consolidar a vice-liderança do Campeonato e ficar apenas a sete pontos do topo da classificação. Com tudo isso, abria-se uma possibilidade de ouro de, pela primeira vez na carreira, estar na frente do Mundial. E conseguiu.

A qualificação para o GP da Rep. Checa, em Brno, reforçou essas legítimas ambições: ao conseguir o quarto melhor tempo, apenas atrás de Luca Marini (que alcançou a primeira pole position da carreira), Alex Márquez e Mattia Pasini, o português da KTM igualou a sua melhor qualificação da temporada em Moto 2, à frente do atual líder Francesco Bagnaia.

“Mudámos a nossa estratégia para este fim de semana, trabalhámos para melhorar a moto para uma volta mais rápida. No final tudo correu como esperado mas ter apenas cinco minutos para estabelecer uma marca significa que a minha volta teve erros e que podia ser melhor. É o meu melhor resultado de qualificação da temporada como no Qatar, estamos de volta à segunda linha e espero que seja o início da mudança”, comentou Miguel Oliveira após estabelecer o quarto melhor tempo da qualificação, sem esquecer também a importância do calor na pista, que considerou ser “um fator decisivo” para a corrida.

À hora da partida, pelo menos o tempo deu algumas tréguas, com algumas nuvens a baixarem ligeiramente a temperatura no asfalto para os 39º, inferior ao que se tinha assistido nos dois dias anteriores. E o português voltou a ter um grande arranque para as 19 voltas, subindo de forma momentânea ao terceiro lugar antes de baixar de novo para a quarta posição e ser depois superado por Bagnaia, que conseguiu em menos de uma volta subir à liderança da corrida antes de entrarmos numa fase com vantagens alternadas com o compatriota Luca Marini e o espanhol Alex Márquez. Tudo isto depois de Joan Mir, segundo classificado na Alemanha e quarto no Mundial, ter sofrido uma queda que o deixou fora da prova.

A corrida estava aberta, interessante e com diferenças curtíssimas que colocavam qualquer das posições cimeiras em risco ao mínimo erro e detalhe. Na terceira volta, Oliveira subiu ao terceiro lugar, ultrapassando Márquez, e ficou apenas dos italianos da Kalex, Bagnaia e Marini, ainda que pressionado por outro espanhol, Xavi Vierge, que estabeleceu a volta mais rápida da corrida. E bastou um pequeno erro de Bagnaia na curva 14, abrindo em demasia a trajetória, para subir ao segundo posto. Pouco depois, na reta da meta à entrada para a sexta volta, Miguel Oliveira conseguiu mesmo passar para a frente, com Marini a responder da melhor forma e a recuperar o topo numa luta fantástica e sempre com Bagnaia a andar na roda dos líderes.

Lá atrás, Alex Márquez (terceiro do Mundial, depois do 13.º lugar na Alemanha) ia recuperando de um início muito irregular, voltando ao quarto posto, mas era na frente da corrida que se fixavam todas as atenções. Algo que se adensou quando o espanhol, após “atacar” o terceiro lugar de Miguel Oliveira, acabou por não evitar a saída de pista com queda, abrindo um gap entre os dois italianos e o português em relação aos restantes pilotos que não demorou a ser desfeito por Lorenzo Baldassarri.

Com o passar das voltas, Bagnaia e Marini conseguiram encontrar um ritmo mais regular e criaram uma ligeira vantagem em relação a Miguel Oliveira, que se manteve na terceira posição até ser ultrapassado por Baldassarri, outro italiano que foi subindo lugares atrás de lugares até chegar mesmo à liderança da corrida: saiu do décimo lugar, estava em oitavo na volta 8 mas chegou a primeiro na volta 13, a mesma onde o português aproveitou um abrandamento das Kalex para voltar a segundo. Contas feitas, e a seis voltas do fim, o GP da Rep. Checa já tinha conhecido cinco líderes diferentes.

Estava tudo em aberto para a ponta final da prova, com um outro dado interessante em discussão: com o segundo lugar de Miguel Oliveira e o quarto de Francesco Bagnaia, os dois pilotos estavam virtualmente empatados na liderança do Campeonato do Mundo de Moto2. Um empate que, a quatro voltas do final, foi desfeito quando o português superou Baldassarri e assumiu de novo o primeiro lugar em Brno. Ao contrário do que se passou até aí, o piloto da KTM foi conseguindo aguentar essa posição apesar dos ataques que Marini, Bagnaia tentou também aproximar-se do topo (até falhar a trajetória numa curva e ser de novo superado por Baldassarri) mas tudo ficaria resumido a Oliveira e Marini, com vantagem final para o português.

Desta forma, Miguel Oliveira passou a liderar o Campeonato do Mundo com 166 pontos, mais dois do que o italiano Francesco Bagnaia, terceiro classificado na Rep. Checa que ficou assim com um total de 164 pontos. Em paralelo, a vantagem de ambos para a terceira posição, que continua a pertencer a Alex Márquez, subiu para mais de 50 pontos. Na próxima corrida, daqui a uma semana, o português irá tentar manter ou reforçar o posto no circuito da KTM, o Red Bull Ring, na Áustria.

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