Governo português já fala em estatizar a TAP Air Portugal

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O primeiro-ministro português, Antonio Costa, disse que seu governo não descarta a possibilidade de nacionalizar a TAP Air Portugal em uma tentativa de salvar a companhia aérea de um grande problema financeiro resultante da pandemia da covid-19. Ele não é o primeiro membro do alto escalão do governo a falar sobre isso nessa semana.

Fonte: aeroin.net

A relação do governo português com os acionistas privados da TAP nunca foi das melhores, já que muitos dos governistas questionam o estilo agressivo de gestão e o alto endividamento da empresa, resultado de uma grande renovação de frota nos últimos anos. Agora, com a deixa da pandemia, pode ser a oportunidade que alguns esperavam para tentar uma nacionalização completa da companhia aérea.

Em entrevista à Rádio Observador, transmitida na terça-feira (14), Costa disse que o setor de aviação português estava sofrendo uma “situação devastadora” causada pela pandemia. “Não há razão para excluir qualquer instrumento de ação pública que possa ser necessário. Não podemos excluir a necessidade de nacionalizar a TAP ou outra empresa importante para o país. Não podemos permitir o agravamento da crise econômica”, afirmou.

APOIO

O primeiro-ministro disse também que vários acionistas privados da TAP já expressaram a vontade de retirar-se da empresa e que interessados do passado agora podem não estar mais, devido às incertezas acerca do setor aéreo global. Com isso, pode estar nas mãos do governo a salvação financeira que a empresa deverá necessitar.

Os comentários de Costa vieram um dia depois que o ministro das Finanças de Portugal, Mario Centeno, também propôs a estatização total da companhia aérea, da qual o governo português detém uma participação de 50%, embora não seja quem tome as decisões no dia-a-dia.

A TAP nos últimos dias

Presidida pelo brasileiro Antonoaldo Neves, ex-Azul, a TAP tem realizado vários voos de repatriação e humanitários, tendo, inclusive, levado suas aeronaves de passageiros à China para buscar suprimentos médicos para apoiar no combate à epidemia no seu país.

Até 4 de maio, a empresa está voando com um cronograma de voos muito reduzido, principalmente para servir as ilhas portuguesas. A empresa tem parados mais de 100 aviões e colocou 90% de seus mais de 10.000 funcionários em licença não remunerada.