Crédito ao consumo imparável, cresce quase 7% até maio

Crédito à habitação ainda está a cair e o mesmo acontece com o segmento das empresas, mas ambos estão a dar sinais de recuperação, mostra o BdP.
Fonte: dinheirovivo.pt
O valor em crédito ao consumo concedido pelos bancos às famílias portuguesas aumentou 6,9% em maio face a igual mês do ano passado, indica o Banco de Portugal. Desde finais de 2015 que este segmento de empréstimos, onde são praticadas taxas de juro muito mais elevadas, está a crescer de forma imparável e consistente. Este ritmo de quase 7% é o maior desde então. Há um ano, este segmento de crédito estava a crescer 4,5%, também em termos homólogos.

Carlos Costa. Fotografia: TIAGO PETINGA / LUSA
O banco central governado por Carlos Costa refere que as famílias devem hoje 25,7 mil milhões de euros por motivos de “consumo e outros fins”, o que também será um valor recorde. Mas crédito total ainda cai devido à habitação Embora as famílias estejam muito mais endividadas por causa do consumo, o que terá a ver, por exemplo, com a compra de carros novos, o montante total de empréstimos em dívida (stock) ainda está em queda (0,4% em maio, em termos homólogos) por causa do segmento do crédito à habitação. Este cai menos, mas ainda assim recuou 1,2% no período em causa.
No final de maio, as famílias deviam aos bancos um total de 123,9 mil milhões de euros, dos quais 98,2 mil milhões eram relativos a hipotecas. Ou seja, 79% do endividamento dos particulares é por causa da habitação. No final de maio, as famílias não estavam a conseguir pagar ao banco cerca de 11,6% da dívida contratada, mas este rácio de malparado tem vindo a descer de forma consistente ao longo dos últimos meses. Há um ano, o nível de incumprimento equivalia a 13,2% do crédito total vendido às famílias.
Na habitação, o rácio de malparado está a descer e em maio rondava os 4,8%; no segmento do crédito ao consumo também está a diminuir, mas o nível é muito superior, cotando-se em 12,5% no final desse mês. Empresas ainda cortam no crédito As empresas devem à banca 72,8 mil milhões de euros, mas os valores em dívida têm vindo a cair ao longo dos últimos anos (desde 2011, pelo menos). Em maio, o stock de crédito concedido estava a recuar 1,7%, ainda assim um dos movimentos menos negativos em anos. O grosso dos empréstimos está concentrado nas microempresas, que devem 23,8 mil milhões de euros aos bancos, mais 2,1% em maio, em termos homólogos. Em contrapartida, as pequenas e médias empresas reduziram os empréstimos, com descidas de 1,9% e 7,7%, respetivamente. As grandes empresas voltaram a recorrer ao crédito de forma notória (desde abril que o stock começou a crescer), tendo o valor em dívida avançado mais de 3% em maio. No total, este grupo das grandes empresas não financeiras deve 10,5 mil milhões de euros à banca supervisionada pelo Banco de Portugal. As empresas privadas exportadoras continuam a não depender tanto assim do crédito bancário. Segundo o banco central, o valor emprestado ainda estava a cair (menos 0,1%), para um total de 16,7 mil milhões no final de maio.

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